Depois dum voo
domestico, Faro Porto, achei estranho levantar voo, passados uns 10/15 min ver
a enseada de Setúbal, fiquei mesmo embasbacado. Até ao Porto foi um tirinho.
Mal aterramos senti-me um jogador de futebol acabado de ser contratado por um
clube, tinha duas pessoas a minha espera, o meu pai, que estava no Porto porque
o meu avô estava doente e o Barbosa, o vocalista da banda No Forgiveness. Fomos
os 4 ás francesinhas, o Barbosa ficou-se pelos finos e o armando chacinou uma
francesinha. Pensei que não fosse possível. Sabes quando vês pessoas que não
sabem comer peixe? Parecia. O meu pai foi-se embora para casa do meu avô e nos
fomos para os copos. Imperial a 50centimos? Ó miúdo, esquece lá isso. Voo ao
12h estava tranquilo. Dormitar um pouco e embarcar para Frankfurt. Apanhamos os
chatos e feios adeptos do Besiktas todos cheios de moral por terem ganho aquele
“clubite aguda” do Braga. Barulhentos, cheio a caril... haja paciência. Isto
tudo misturado com o belo do desenrascanço e falabaratismo das gentes do
puerto. Uma seca dos diabos. Chegados a
Frankfurt Hahn cheios de fome, já a salivar lá comemos o típico destas viagens,
a comida de plástico. Por acaso até tinha sabor caseiro. E usavam produtos de
qualidade, não há ca maionese do aldi e similares. Caminho para Darmstadt. Bus para Frankfurt,
primeira paragem no aeroporto de Frankfurt, seria normal de esperar que o bus
para Darmstadt fosse no centro de Frankfurt, não, era no aeroporto. Chegamos ao
centro, toca a ir de comboio. 7,30euros por 2 paragens. Não houve espírito
tuga. Too Bad. Não apareceu nenhum fiscal ou algo parecido.
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Hostel Darmstadt |
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Queijinhos com Cebola |
Apanhamos o táxi para o
hostel, gentilmente cedido pelo Roy, epá, até me sinto mal que me paguem
alojamento. Ele arranjar nos um cantinho em casa e uma coisa, pagar nos um
hostel... Cruzes credo que um gajo nem tem palavras. Banho tomado, perfumado,
vamos ver o que a noite nos reserva. Go city!!! Perguntou nos o que queríamos
jantar, respondi uma cena típica alemã e fomos. Pedimos o que ele recomendou.
Quando chegam os pratos fiquei logo naquela, queijos tipo Azeitão com picado de
cebola, tempero avinagrado, quando os misturei... que abuso. Isto tudo com
acompanhamento de um pão escuro e manteiga. Um must. É escusado dizer que o
armando não gostou, eu e o roy dividimos o dele, afinal eram só 3 queijitos.
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Fábrica da Cerveja |
Big armando. Pediu uma salsicha, achou-a dura, vá se lá compreender. Ou seja,
até agora se não fosse o Mac, o armando estava desolado. Ámen, diz ele. Big up
também para a cerveja. Era feita lá. Tinha um sabor adocicado, não muito fresca
mas escorregou muito bem. Beberes 3 canecas e não ficares um pouco azamboado e
que é um pouco estranho.Não que bebas só para ficar bêbado ou nada disso mas
cerveja sem álcool never. Estranho também não te dar vontade de mijar como uma
sagres ou superbock. Mistérios da vida. O roy veio nos trazer a casa e
descansamos. Amanha era o primeiro dia que tínhamos sem transportes e havia
Integrity há noite. Óbvio que perdemos o
pequeno almoço. Classic. O tuga não se dá bem com horários. Desci de pijama
para implorar mas já não deu. Fomos á
baixa passear.
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Centro Darmstadt |
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Meio do Nada. |
Tantas lojas, tantas pessoas, tantos shoppings, há 3 num raio de
2km. Fartamos nos de andar, o armando começou logo a gastar dinheiro. Nunca vai
deixar de ser lindo encontrares coisas que não encontras back home e para ele
que é novato ainda melhor sabe. Por volta desta altura ja estava a começar a
ficar nervoso com o show. Estava combinado o Roy vir nos buscar ao hostel,
acabou por vir a mulher, uma hora mais cedo. Viemos da baixa a andar devagar
nas calmas, ela ja estava a espera, fomos trocar de roupa a correr. A pressa
nunca e boa. Mas levamos o que tínhamos de levar. Fomos buscar uma amiga dela e
fomos ter com o Roy. A venue era no meio do nada, ate mandei a piada que por
ser no meio da floresta Integrity devia fazer a cover de Cradle “ The Forest
Whispers My Name”! Riso geral. Sala brutal, um bar “motard style” escuro como
se quer, com muitos locais para abastecer muito e boa acústica. A pica já
transbordava.
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Venue Darmstadt |
Chegamos lá, o Dwid já lá estava. Fomos falar com ele, muito
reservado, isolado mas simpático. Fomos ao backstage guardar umas merdas,
escusado será dizer que nunca mais sai de lá. Comida, álcool de borla, cant
beat the feeling. Fartei me de beber e não gastei um tusto. Achei piada porque
o Roy tinha dito que Integrity e Rot in Hell queriam um backstage (MAD ORDERS / CONTRACT ) só para eles e que os
Ablaze ( banda local ) lixavam se porque também não “podiam” estar la. Ou seja,
tinha dado a entender que eu nao podia “andar” por la ahahha. Passei lá a
noite. Ahahah até os ablaze quando lá passavam perguntavam aos Integrity se
eles precisavam de algo. Mesmo do “servir”. Tuga nunca falha. Desde conversas
de economia, cartões de crédito, Alemanha predadora em relação aos outros
países da europa. Falei no setlist e o dwid disse que tocavam sempre músicas
diferentes. Agora já o achava simpático, já te respondia com palavras sem serem
monossilábicas e tudo. Já perguntava cenas sobre Portugal e falando em Portugal
ele esteve em Sintra e eu feito otario “ yah Sintra e um sitio fixe para
passear, as cenas do Romantismo “ e ele “ riu se e disse “achas mesmo que eu
curto disso? “ e eu “yah estúpido, as cenas satânicas e místicas sobre sintra”
e ele “that’s me”. O baterista cinco estrelas, tivemos a falar sobre os Us,
Nova Iorque, Queens, Brooklyn... e fixe saber as cenas sem ser pela internet,
blogs whateaver. A única cena má do backstage e não ter abre garrafas... porra não
tenho skills nenhuma para abrir garrafas, lá ia pedindo, descascando a beira
das mesas. Anything. Em relação ao show, que há a dizer.
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Melhor Amigo do Homem |
Antes dele estava uma cadelinha que me fez muita companhia. Ablaze, gajos 5
estrelas, super humildes, tocavam um som “antigo” aquele metalcore belga, mas
com muitas partes rápidas, no geral nao gostei muito, também porque estava no
palco e não me apercebi de muitos details. Epá bandas suporte pra mim só servem
para ver como e o mosh pit e surpreenderem-me caso sejam realmente fixes.
Escusado será dizer que até hoje, bandas que nao conhecia nada e agarraram me
ao vivo foram praí 4 bandas no máximo. O armando por esta altura já estava
cheio de veneno e andava pra lá a curtir com esperança que alguma das bandas de
suporte tocassem um cover bacano. Ele género batoteiro foi ver o set list e no
final viu “heaven and hell” e todo contente vira se para mim e diz “é madball”
e eu... seriously, armando com este som só pode ser Kickback. E pronto, quando
a tocam fui lá e armei me em mauzão. Resultou pelos vistos. Ninguém respondeu á
minha agressividade extrema. Devo ter cara de amistoso! Big up também para os
ablaze por terem dedicado uma música aos portugueses. O armando comoveu-se, eu
bocejei.
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Dressed to Kill |
Agora vinha a surpresa da noite, ao mesmo tempo amarga, tinha estado
no backstage e o dwid perguntou me se eu gostava de liar. E eu... lol então
vais ver o Hans hoje. E eu wtf? Hans numa banda de Manchester? E ele, yah ele
está velho mas ainda esta ca, ainda e maluco. Eu pensava que o Hans tinha uma
filha, erradamente. o dwid é que diz que rem 5 filhos/filhas. Óbvio que eu
gozei e disse que ele estava velho pra isto e ele give me 5. E eu disse “do you
need help to go to the toilet” ahhahaha apartir daquele momento era o gajo dos
“fourty years”. Voltando a rot in hell, tiveram um dos piores sons que já vi, o
PA estava todo desensofrido, mas quando o Hans canta....... sinto um demónio
dentro de mim.... óbvio que odiei a banda. Ele no fim vem me perguntar se eu
gostei e eu “ man i cant hear you sing musics that are not from falls of
torment or deathrow earth” e ele “sorry mister”. Honestidade acutilante.
Tivemos a falar de liar, h8000, tudo o que realmente é bom e fodasse, nunca
haverá nada com tanto poder como a h8000. Bring me back the hate. Agastado com
o facto de não ter conseguido alugar o carro por não ter cartão de crédito não
consegui ir a ieper, mesmo depois de comprar os bilhetes, desolado fiquei
quando soube que LENGHT OF TIME ia tocar também no dia 18. Sério, eu que na
semana passada tinha dito que dava um colhão para os ver. Nem que tivesse e
desse 3 conseguia ver. Havia maneira de ir, mas pra voltar... esquece manel. E
os transportes na Alemanha... paga os tu que eu não tenho dinheiro. Mas a
sério... lenght of time... enfim.
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Senti me gelado. |
Foi como um estrangulamento, um espancamento,
um esventramento, nada se comparava ao que eu estava a sentir. Desisti e foquei
me no ritual a que ia assistir em seguida. Vocal Test + Hollow... sério, fui
logo possuído por forças desconhecidas, um ataque epilético mas controlado, por
quem não sei, mas controlado. Acho que até ao final do show não abri os
olhos... teleportei-me para o desconhecido, para o abismo. Foi assim até acabar
o show. Merda para os alemães que não apareceram em força para o show. O roy
esperava mais 200 pessoas juntando as que estavam, desilusões aparecem em todo
o lado e em todo lado há a mesma action reaction, pessoas a lamentaram não
haver nada mas quando há tá quieto ó meu. Nesta altura a cerveja já me fazia
companhia vividamente. O roy ia bazar tarde, há que por tudo em pratos limpos.
Acertou as contas com todos e começamos todos a falar mal da Mad... fuckers. E
falamos mal de todas as bandas que usam notas soltas. O Hans a dizer que as
odeia de morte. Nasty e bom e tal, talvez eu consiga dizer isto se pensar que
Crawlspace nao existe, voltando a nasty tocaram la e encheram aquela merda até
a casa de banho. Nasty sao amigos do roy, por ele tocam por 250euros, se for
pela mad passa a 900... vão se foder.
Fomos para o hostel, eu
feliz da minha vida, aprendi muito naquela noite. Não existem vedetas mas falei
com 2 dos meus “ídolos”, os dois com mais de 40 anos. Big up para o Hans que me
deu o mail dele para falarmos, nada em concreto mas para falarmos. Ate fiquei
“embasbacado” com a simplicidade. Senti me quando não havia internet, falava-se
das coisas mais recambolescas e mais simples. Era um brilho diferente. Fomos
dormir, desta vez cientes que tínhamos de apanhar o pequeno almoço. Tomamos o
pequeno almoço e voltamos pra cama. Entre o pequeno almoço e a cama ainda
consegui grandes feitos. O Roy tinha marcado o hostel ate sábado. Tínhamos de
bazar sábado as 10... viemos ca baixo com a intenção de marcar mais dias, ate
segunda, mais duas noites. Ficava 100euros, fiquei a falar com o gajo, ele
tratou de tudo. Só faltava pagar, não aceitavam multibanco, fui ao multibanco a
baixa da cidade. Demorei bué tempo, quando voltei disse que afinal só queríamos
uma noite. Paguei os 50€ como e óbvio com o enrolanço que dei, ele marcou no
sistema as 2 noites, quando eu voltei e disse que só queria uma ele lembrava se
lá que já as tinha marco. Ahahah funcionou. Estou no hostel neste momento a
disfrutar. TUGA STYLE. De manha, mesmo assim estávamos com um pouco de receio
que nos abrissem a porta e dissessem para bazar. Não se verificou. E o
recepcionista, como são tantos a probabilidade de ele estar aqui e avisar os
outros era quase nula.
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Pizza Hut |
Tivemos o sábado a passear na baixa, vimos tudo com mais
atenção. Afinal tínhamos de “killing time” fomos a pizza hut, demos por nos ja
tínhamos pedido tanta comida. Mesmo da gula mas se lixe, a pizza hut até fria e
boa. Jantamos o resto. Depois de eu mostrar o Snatch – Porcos e Diamantes ao
armando. Lógico que a vida dele mudou ali. Ninguém fica indiferente. Hoje mostro
lhe o pulp fiction e a lavagem fica completa. Durante a tarde estive encarregue
de arranjar um sitio pra irmos a noite. Perguntei a umas gajas onde era o hit a
noite. Lá me aconselharam uns sítios. Óbvio que acabei por ir a outro
completamente diferente. Bem regado, dancei tudo o que havia pra dançar, you
cant go wrong with the 90’s. Tudo o que tinha de dar deu. E big up para o facto
de não ser “playlist” tipo coletâneas, davam umas mesmo do fundo do baú,
sentias o cheiro a mofo e bafio. Foi até de manha.
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Ready for the night |
De manha ainda pus o
despertador pro pequeno almoço. O despertador tocou, levantei-me. Fui mijar e
voltei pra cama. Acordamos, tomamos banho, fizemos a mala, deitamos mil merdas
fora, clássico. Pijamas, boxers, toalhas... ahahah não servem pra mais nada. Os
consumíveis duma viagem. Fomos ao mac almoçar mais uma vez. O armando até
rejubilou de alegria ao trincar o belo do hamburger sem o pickle. Isto no
segundo hamburger porque no primeiro a galga era tanta que o trincou. Espero
que não seja alérgico ahahah. Neste momento estou na recepção a beber um belo
dum capuccino de maquina mas que porra. Esta mesmo a saber bem. Mais uma vez
estamos a fazer tempo, o roy vem nos buscar para irmos jantar e depois leva nos
ao aeroporto de Frankfurt. Nem tenho palavras para o definir. Depois e só
apanhar o bus pro de hahn e esperar pelo voo. Tranquilos. Odeio imprevistos a
ultima da hora que podem lixar tudo. E preciso esquecer crawlspace em 2007,
alta bebedeira, cadê o avião? Sumiu. Há que apanhar o tgv e largar uns belos
euros. Ahahah estamos ansiosos por voltar a tuga, eu mais que ele, ele queria
ficar mais, queria disfrutar mais. É novo, não vão faltar oportunidades e no
que depender de mim ele pode contar. O que fizeram comigo, e o que vou fazer
com ele. Mostrar lhe o mundo. As coisas simples mas que nos alimentam a alma.
Obrigado ftg, aquela tour mudou a minha maneira de ser, a minha maneira de
estar no hardcore. Amanha estamos no porto, para mais uma overdose de bom
ambiente, de muita confraternização. E Madureira, catalogadas por um rapaz, as
melhores gambas do porto. Actualização. Nada do que referi sobre o dia no porto
se sucedeu. Apenas dormi. Ahahah. Depois voltamos a faro e tudo volta ao
normal. Carregados de energia. E isto que realmente nos faz felizes. Europa,
até breve.
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ROY NUNO DWID |
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Não podia faltar uma referência a Ringworm. |